Declarações de Bens ao TSE afirmam que patrimônio atual de Joni é 5x menor que em 2012
Caso a coligação “Castilho Nossa Fé” gaste cada centavo do limite autorizado pela Justiça Eleitoral, campanha custará R$ 50 mil a mais do que todos os bens somados do candidato
Entre as muitas curiosidades e surpresas que a disponibilização de informações sobre os candidatos oferece ao eleitor, estão as declarações de bens pessoais feitas por eles mesmos à Justiça Eleitoral.
Na eleição majoritária deste ano, em Castilho, um fato pode facilmente passar despercebido pelos internautas mais desatentos: a necessidade de comparar quanto o candidato declarou em bens patrimoniais com os valores que eles podem chegar a gastar para alcançar o tão almejado trono do Poder Executivo.
No caso do tucano Joni Marcos Buzachero, por exemplo, a Declaração apresentada à Justiça Eleitoral diz que ele poderá gastar até R$ 123.077,42 (teto máximo fixado para TODOS os postulantes) para atingir o seu objetivo nas urnas. Curiosamente, a Declaração de Bens apresentada por ele neste ano lista apenas cinco itens que totalizam R$ 72.831,86.
Ou seja, se ao longo da corrida eleitoral o candidato da coligação “Castilho Nossa Fé” atingir o gasto máximo autorizado para a campanha, o investimento na busca pelo 4º mandato será de R$ 50.245,56 a mais do que todos os bens que ele afirmou possuir atualmente.
Outra curiosidade na lista dos cinco bens listados por Joni é o fato deles não incluírem nenhum imóvel pessoal, seja ele residência, prédios comerciais, terrenos, propriedades rurais, etc.. Porém, a residência onde ele mora está declarada entre os bens pessoais da esposa Márcia Buzachero, que também disputa o pleito deste ano como candidata a vereadora.
Os bens listados por ela totalizam pouco menos de R$ 300 mil e também não inclui nenhum imóvel comercial, apesar de registrar sua participação como acionista de um Abatedouro de Aves.
A lista dos bens pessoais de Joni também não inclui aquele veículo tipo “bug” com o qual o candidato é frequentemente visto nas ruas da cidade, mas que, de acordo com o registro oficial, não lhe pertence.
Em contrapartida, seu principal adversário nesta corrida eleitoral e que também foi seu vice na gestão passada, Paulo Duarte Boaventura, declarou um patrimônio que é mais de três vezes superior ao de Joni, ou seja: R$ 245.700,00.
A declaração dele, no entanto, não apresenta nenhuma discrepância em relação aos bens popularmente vistos pela população, exceto pelo valor atribuído à residência pessoal que, segundo a declaração, vale três vezes menos do que o polêmico terreno de 10×20 metros adquirido tempos atrás pela Câmara com a finalidade de ampliar o plenário legislativo.
Já o jovem candidato Higor Bonifácio, não declarou nenhum bem em seu nome, sinalizando uma possível campanha “econômica”, baseada principalmente na colaboração de seus correligionários e aliados políticos.
COMPARANDO COM A ELEIÇÃO DE 2016
Outra grande ferramenta disponível no site http://divulgacandcontas.tse.jus.br/divulga/#/ – disponibilizado pelo TSE, possibilita que qualquer eleitor possa consultar também as Declarações de Bens apresentadas pelos atuais candidatos em disputas anteriores.
Utilizando este recurso, é possível notar que o patrimônio pessoal de Paulo Boaventura subiu apenas R$ 18.313,00 desde a eleição realizada em 2016.
Como Joni deixou de concorrer à reeleição naquele mesmo ano, tomamos por base a sua declaração de bens referentes a 2012, quando ele lista uma série de imóveis residenciais, terrenos e propriedades rurais que, naquela época, estavam avaliados em R$ 335.703,97.
Nesta declaração de 2012, constam como patrimônio pessoal de Joni as cotas de participação no mesmo Abatedouro de Aves e também o imóvel residencial atualmente listados na declaração de sua esposa.
Teoricamente, com base em tais declarações de bens, o patrimônio pessoal de Joni Buzachero estaria hoje quase cinco vezes menor do que o declarado por ele nas eleições de 2012.
