Contratação de castilhenses por empresas do MS gera polêmica nas redes sociais
- 5 de abril de 2019
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Para o presidente da Câmara de Castilho, movimento contrário é jogada política de castilhenses que tentam impedir o Município de buscar melhores condições de vida para os cidadãos de bem
Recentemente, a Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (SASC) utilizou as redes sociais para divulgar a oferta de 60 postos de trabalho para castilhenses numa empresa de Três Lagoas-MS. O comunicado não informava o nome da empresa, mas fixava data para entrega de currículos por parte dos interessados. Rapidamente, a secretária da pasta, Lilian Nascimento, e sua equipe, foram bombardeados com inúmeras perguntas feitas pelos interessados através do telefone, redes sociais e pessoalmente. “Foi uma loucura só. Nossos telefones não paravam de tocar e os celulares de nossa equipe recebiam uma mensagem atrás da outra. Eram todos sobre o mesmo assunto: as vagas disponíveis em Três Lagoas”, conta a secretária.
Mas a felicidade dos castilhenses com a oportunidade não agradou todo mundo. Um vereador treslagoense que teve conhecimento da postagem, encabeçou uma série de críticas sobre a oferta de vagas para os profissionais castilhenses, justificando sua reação contrária com questionamentos partilhados por grande parte de seus conterrâneos. Em síntese, ele questionou se a referida empresa recebeu algum tipo de benefício fiscal da Prefeitura de Três Lagoas para se instalar no município, justificando que se isso aconteceu, o compromisso da mesma com a Administração era priorizar os cidadãos treslagoenses na oferta de vagas.
A partir daí instalou-se um verdadeiro “climão” online com defesas e ataques de internautas e autoridades de ambos lados do Paranazão. Em defesa dos castilhenses, Lilian Nascimento limitou-se a deixar claro que a Prefeitura de Castilho, com a devida aprovação da Câmara, mantém parceria com esta e outras empresas instaladas em Três Lagoas visando absorver a mão de obra local. Esta parceria, segundo Lilian, é concretizada com a concessão de auxílio-transporte partilhado ofertado pela Prefeitura de Castilho e as empresas parceiras.
Apesar disso, os sul-matogrossenses não concordam com a investida castilhense. Em contrapartida, os castilhenses consideram o acordo firmado entre a Prefeitura local e empresas de Três Lagoas mais do que razoável, já que, além dos impostos estaduais ofertados pelo Mato Grosso do Sul corresponderem a quase 50% do praticado pelo Governo Paulista, o próprio Município oferece incentivos próprios que eliminam completamente o interesse de grandes e médias empresas instalarem-se em Castilho. “Torna-se inviável para qualquer empresa de médio e grande porte instalar-se em Castilho se considerarmos todas as vantagens econômicas oferecidas pelo Estado vizinho. Só a economia com impostos estaduais e municipais e a infraestrutura recebida, permite à empresa contratar muito mais mão de obra e adotar turnos extras de trabalho, gastando menos do que em qualquer cidade paulista, ao mesmo tempo em que aumenta sua margem de lucro e presença no mercado, inúmeras vezes”, argumenta Lilian em defesa do Governo Municipal. Para ela, este tipo de parceria adotada por Castilho é a única forma de reduzir esta concorrência que vários políticos dos municípios paulistas que fazem divisa com o Mato Grosso do Sul consideram desleal.
APOIO LEGISLATIVO – O tema polêmico também foi abordado pelo presidente da Câmara, Sebastião Reis de Oliveira (Tião Japonês, DEM). Numa entrevista concedida esta semana ao jornalista “Toninho” do Carmo, Tião reagiu afirmando que as empresas tanto lá quanto aqui, devem ter liberdade para contratar mão de obra qualificada no lugar onde suas necessidades forem supridas. “Quer dizer então que deveríamos proibir empresas instaladas em Castilho de contratar funcionários de outros municípios da região?”, questiona o presidente logo no início da entrevista. Ele aproveitou para confirmar a existência da parceria entre o Governo de Castilho e empresas de Três Lagoas, acrescentando que a iniciativa tem o total apoio da Câmara local. “Isso não quer dizer que os 60 candidatos de Castilho serão contratados pela empresa. Se a mão de obra for considerada apta pela empresa conforme as suas necessidades, os contratos serão efetivados. Isso é bom para todos os lados, pois a qualidade da mão de obra está diretamente relacionada à qualidade dos serviços e produtos lançados no mercado”.
Quase ao término da entrevista, Tião vai além. Para ele,toda essa repercussão negativa é resultado do trabalho orquestrado nos bastidores por pessoas que torcem e agem contra as tentativas da Prefeitura buscar novas oportunidades para os seus cidadãos. “Estes sim trabalham contra os interesses da população, pois não visam a oferta de empregos e dignidade das pessoas. Fazem picuinhas sem calcular os efeitos negativos que isso pode ter para a vida de dezenas de pais de família que há tempos estão a procura de emprego para assegurar o sustento de suas casas”, reafirmou Tião ao ser procurado pela nossa redação.
PARCERIA MANTIDA – Apesar das campanhas contrárias à iniciativa da Prefeitura em buscar novas oportunidades de emprego através da SASC e do Balcão de Empregos, a empresa mencionada nesta reportagem não mudou de opinião e manteve a parceria firmada com o Município de Castilho.
Nesta sexta-feira (05), a Prefeita castilhense Fátima Nascimento (DEM) esteve reunida com representantes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e vereadores para tratar, dentre outros assuntos, sobre um novo Projeto entregue por ela nas mãos do próprio presidente da Câmara. O Projeto que começa a ser discutido já na próxima segunda-feira (08), segundo Tião, cria uma nova Lei de Geração de Empregos que estimula as indústrias a contratar mão de obra castilhense. Entre as ações previstas nesta Lei está o subsídio de 50% do valor do transporte destes trabalhadores de Castilho até as empresas que aderirem ao programa.
“Este projeto será tratado em regime de urgência especial pela Câmara e não tenho dúvida alguma que será aprovado por unanimidade, talvez até mesmo nesta próxima segunda-feira, se não houver nenhum entrave legal. Nosso compromisso é com os pais de família castilhense que merecem a dignidade de sustentar seus filhos sem a dependência dos auxílios concedidos pelo poder público”, finalizou Tião.
Foto: Ricardo Peixoto/Portal Castilho/Cortesia