Mesmo com estoque adquirido antes da pandemia, o hospital de Andradina, assim como demais do país, não tem de onde adquirir novos medicamentos.
Na semana em que completou um ano da primeira alta de internação por COVID-19, e também em que o brasil atingiu o maior número de óbitos em 24 horas desde o início da pandemia (3.251), a Irmandade Santa Casa de Andradina, passa por um momento inusitado com possível falta de medicamentos para tratamento de pacientes que necessitam de intubação.
“Sempre trabalhamos com folga em nossos estoques, por recomendação da diretoria do hospital”, relata a farmacêutica Renata Celestino que afirma não ter de onde adquirir novas remessas do chamado, Kit Intubação. “Achávamos que teríamos o suficiente para mais de 6 meses de enfrentamento da pandemia, mas com a demanda, não passaremos de semanas e não temos de onde comprar mais”.
Em um primeiro momento o paciente diagnosticado com o novo coronavírus pode apenas precisar de oxigênio, que pode se dar por meio de um cateter de oxigênio no nariz ou por meio de máscara.
Quando o paciente fica muito grave, ele precisa ser entubado. Essa oferta de oxigênio vai ser feita então através de um respirador, onde o ar rico em oxigênio é entregue ao paciente. Esse ar é soprado dentro do pulmão do paciente por meio de um tubo que está conectado em uma máquina.
O médico responsável pela UTI COVID, Dr. Rafael Marão, teme pela falta dessas drogas. “É um conjunto de medicamentos que precisamos utilizar toda vez que o paciente precisa ser intubado e adaptado ao ventilador mecânico. Isso inclui medicamentos para controlar a dor, sedar e relaxar a musculatura”, explicou.
“Esses medicamentos são importantes durante todo cuidado do paciente, ou seja, durante a intubação, e também depois. Como nunca enfrentamos uma demanda como essa, teremos que estudar um possível novo tratamento, infelizmente chegamos a um período muito crítico”, finaliza.
Além da UTI COVID, o hospital de Andradina, também mantem uma Unidade de Terapia Intensiva geral, afinal as demais demandas não pararam. Assim, mesmo com todos os esforços da Diretoria Administrativa e também do Corpo Clínico do hospital, o sistema de saúde pode vir a colapsar.
A sociedade precisa cumprir seu papel e evitar ao máximo o contágio, pois mesmo que novos leitos sejam abertos, o tratamento está cada vez mais escasso.
Distanciamento social, uso de máscara e higienização das mãos, ainda são as únicas formas de evitar a contágio.
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