A teoria de que certos remédios para hipertensão aumentariam o risco de complicações do coronavírus (Sars-CoV-2) começa a cair por terra. Três diferentes estudos publicados no respeitado periódico científico The New England Journal of Medicine indicaram, cada um à sua maneira, que não há uma associação entre o uso desses medicamentos e o agravamento da Covid-19.
Mas de onde surgiu essa história? Ora, já se sabe que o novo coronavírus invade as células ao se ligar em um receptor delas chamado de ACE2. Pois essa estrutura integra o sistema de controle da pressão no organismo — e, até por isso, é alvo de vários remédios contra a hipertensão.
Em alguns experimentos com animais, fármacos que agem nessa via aumentaram a quantidade de receptores ACE2, o que, em tese, significaria um maior número de portas para o Sars-CoV-2 entrar nas células saudáveis.
Felizmente, essas observações no laboratório não se converteram em más notícias na prática. Em um comentário também divulgado no The New England Journal of Medicine, cientistas não envolvidos com aquele trio de pesquisas — e, portanto, isentos para fazer críticas —, afirmaram: “É tranquilizador observar que três estudos com populações e métodos diferentes cheguem a uma mensagem consistente de que o uso contínuo desses medicamentos para hipertensão dificilmente é nocivo para pacientes com Covid-19. Vários outros levantamentos menores concluíram o mesmo”.
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