Deixada sem verbas, Cultura recebe socorro de Fátima Nascimento para manter atividades
- 19 de junho de 2017
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Verba destinada à Cultura em todo o ano equivale a R$ 41,66/mês por aluno. Prefeita foi obrigada a utilizar recursos de seu Gabinete para suprir necessidades do setor. Cerca de 800 alunos das mais variadas faixas etárias participam atualmente dos Projetos e Oficinas Culturais oferecidas gratuitamente à população pelo Departamento Municipal de Cultura da Prefeitura de Castilho. Diariamente, eles participam de aulas de dança – onde os mais adiantados compõem o respeitado grupo de dança contemporânea formado pela competente professora Denizy Barsanti; aprendem a tocar diferentes instrumentos musicais compondo a Banda Marcial de Castilho e/ou a já famosa Orquestra de Violeiros, bem como o Projeto Guri – responsável por revelar dezenas de talentos ao longo de mais de uma década de existência no município.
Apesar destes números expressivos, a diretora do setor, Luciana Claudino, precisou realizar verdadeiros malabarismos financeiros com a escassa verba destinada pela gestão passada à Cultura neste ano de 2017. “Recebemos a missão de conduzir um Departamento com orçamento anual de pouco mais de R$ 400 mil e dezenas de instrumentos musicais danificados ou condenados; um prédio carente de reformas e compra de mobiliário; uma Banda Marcial sem uniforme condizente com a importância de sua existência e tradição; salas sem ventilação e isolamento acústico adequado e vários outros problemas estruturais suficientemente sérios para considerarmos o setor falido e incapaz de caminhar com as próprias pernas. Após um levantamento minucioso apresentado à Administração, a Prefeita Fátima Nascimento sensibilizou-se e decidiu custear parte considerável dos investimentos necessários com verbas próprias de seu Gabinete”, desabafa Luciana.
Uma das prioridades estipulada pela Prefeita foi a reestruturação do setor, determinando que os instrumentos que pudessem ser recuperados fossem enviados gradativamente para empresas de instrumentos musicais capazes de entregá-los funcionando no menor prazo possível. A reforma gradativa foi a forma mais racional para solucionar este problema sem interromper completamente as aulas retomadas no início do ano. “A situação é tão caótica, que dos 60 violinos adquiridos pela Prefeitura ao longo dos últimos anos, apenas 06 estavam funcionando e vários outros simplesmente não possuem mais conserto. Só a recuperação destes violinos custou cerca de R$ 22 mil aos cofres municipais”, relata a diretora.
E o problema não para por aí. Dos violões já existentes, apenas 03 apresentavam condições de uso e Fátima autorizou a compra de outros 07 novos que já estão à disposição das oficinas. A vestimenta da Banda Marcial é outro problema. Nos últimos anos, a Prefeitura não adquiriu os uniformes próprios para grandes apresentações. “O que encontramos foram camisetas que serviam apenas para apresentações simples e algumas poucas peças utilizáveis para uma apresentação em homenagem ao aniversário de alguma cidade ou competições, por exemplo, se fosse o caso”, nos conta Luciana. Novamente, coube à Prefeita Fátima Nascimento (DEM) a tarefa de socorrer o setor e determinar a compra de uniformes dignos que serão utilizados pela primeira vez neste ano durante as comemorações do Aniversário da Cidade. A diretora explica como o problema foi resolvido: “O investimento total realizado foi de aproximadamente R$ 40 mil em vestimentas que atenderão todos os 70 integrantes de nossa Banda Marcial. A média de R$ 571 em roupas para cada aluno é um valor relativamente baixo se considerarmos que esta roupagem é utilizada apenas em ocasiões especiais, o que garante sua durabilidade por vários anos desde que se tenham os devidos cuidados com lavagem e a guarda dos mesmos em local apropriado”.
A roupagem não era o único problema para manutenção da Banda Marcial de Castilho (BAMAC). Até agora, 21 instrumentos foram enviados para conserto, entre eles dois “Sousafone” avaliados em R$ 15 mil/cada e que se encontravam encostados pela falta de reparos. Para devolver tais instrumentos ao uso, a Prefeitura gastou outros R$ 1.680,00, numa média de R$ 80/cada. “Se o conserto não fosse possível e a Prefeitura fosse obrigada a adquirir novos instrumentos, teríamos que desembolsar algo em torno de R$ 120 mil dos cofres públicos, um valor que não podemos desperdiçar nem em sonho, pois se muitos setores da Administração estão doentes, como costumam dizer, a nossa Cultura está na própria UTI”, comparou Luciana.
O QUE VEM POR AÍ – A reestruturação determinada pela Prefeita Fátima também inclui a abertura de novos cursos ainda no segundo semestre deste ano. Entre as possibilidades em estudo estão cursos como Culinária, Capoeira e Teatro. “Esta decisão ainda não foi tomada porque continuamos estudando outras opções de interesse popular. Por isso, é importante que a população nos procure e fale abertamente sobre suas expectativas em relação aos cursos que podemos oferecer. Nossas portas estão abertas diariamente, das 08h às 11h e das 13h às 17h para ouvir os munícipes que queiram participar desta decisão”, acrescenta a diretora.
Outra novidade divulgada em primeira mão pelo GRUPO PORTAL é a iminente reforma do telhado e algumas outras partes do Anfiteatro do CIEC – Centro Integrado de Educação e Cultura “José Miguel do Nascimento”. Luciana explica que, “apesar de pertencer à Secretaria Municipal de Educação, o Anfiteatro é o principal endereço das apresentações culturais de nossa cidade e seu estado de abandono exige cuidados emergenciais”.
Segundo ela, esta será apenas a primeira parte dos investimentos naquele prédio, que também precisa ter boa parte de suas cadeiras restauradas e o piso completamente trocado. Para quem não sabe, o Anfiteatro do CIEC possui o terceiro maior palco de São José do Rio Preto para cá, perdendo apenas para aquele município e para o teatro São João, em Araçatuba.
Com o passar do tempo e dependendo da escassa disponibilidade financeira, a Prefeita Fátima Nascimento também planeja substituir toda a parte elétrica e equipamentos de som e iluminação que se encontram há anos sem utilização, obrigando o Município a contratar estes serviços em cada evento realizado no local. “Isso não está previsto para acontecer agora. Primeiro é necessário realizar um levantamento das prioridades e dos custos para saber se os orçamentos futuros do Município suportarão cobrir gastos hoje necessários por causa do descaso das Administrações anteriores com este grandioso espaço cultural do município”, finaliza Luciana.
Marco Apolinário – Grupo Portal