A alta do dólar pode refletir no cotidiano do brasileiro e até aumentar a inflação. Nesta quinta-feira (23), a moeda norte-americana fechou em R$ 4,1230 na venda, maior patamar desde 21 de janeiro de 2016, quando foi a R$ 4,1655 e bateu o recorde do Plano Real. Nesta sexta-feira (24), o dólar caiu após sete altas e fechou negociado a R$ 4,10.
Ao R7, o economista André Perfeito explica que o valor da moeda afeta diretamente a vida dos brasileiros. “O dólar tem a ver com o poder de compra do cidadão. Se o dólar sobe e o real cai, diminui o poder de compra do brasileiro.” Ainda de acordo com o economista, a indústria alimentícia pode repassar o aumento à população. Com isso, os preços da comida básica do brasileiro, arroz, feijão, carnes, aves, pão, massas e o óleo de cozinha podem subir.
“No longo prazo, tem uma situação em que os preços dos importados ficam caros para a população brasileira que nem viaja. Isso porque aumenta o combustível e isso reflete na alimentação, que logo chega na população e por aí vai”, avalia.
Esse repasse para a população pode vir mesmo após o governo subsidiar o diesel para evitar um aumento no preço do litro. Apesar da ajuda do governo, o dólar fez com que o valor do combustível aumentasse nas refinarias. A diferença, segundo o economista, será repassada ao consumidor. Com esse cenário de aumento dos preços dos produtos e dos combustíveis, “é muito provável o aumento de inflação”, diz André.
Apesar de ter atingido o maior patamar em dois anos, o economista diz acreditar que o dólar pode ficar ainda mais caro nos próximos dias. “Para além dos nossos problemas internos por causa das eleições, tem o cenário externo que não é favorável. Entre eles, a guerra comercial dos Estados Unidos com os outros países, principalmente com a Turquia. Isso está inflamando bastante os ânimos e contribuindo para a alta do dólar.”
O impacto do valor alto do dólar na comida, porém, vai depender do tempo em que a moeda norte-americana se mantiver com um preço alto.
Fonte: R7
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