Professor usou suposto “diploma falso” para lecionar em escolas estaduais de Andradina e chegou a ser aprovado em concurso
- 26 de outubro de 2017
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Acima de qualquer suspeita e muito bem quisto por alunos e profissionais da área de educação que conviviam com o “suposto professor”, ninguém suspeitava da falta de formação superior de Wagner Pinheiro da Cruz.
Lecionando a ao menos 4 anos como substituto na rede estadual de ensino, o “professor “ sem formação acadêmica, passou por escolas estaduais de Andradina, onde segundo informações obtidas por nossa reportagem, em 2013 começou lecionar como substituto na Escola Estadual JBC (João Brembatti Calvoso), vindo a também trabalhar na Escola Estadual Álvaro Guião como professor de EJA (Educação de Jovens e Adultos) e na Escola Estadual Augusto Mariani, sem que a Diretoria Regional de Ensino, tivesse detectado a suposta fraude no diploma.
Segundo informações colhidas (sic), Wagner Pinheiro da Cruz, teria falsificado diploma da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), cujo mesmo teria chegado a cursar a faculdade, mas não teria concluído curso superior naquele estabelecimento de ensino federal.
Informações repassadas para a reportagem do O Foco dão conta que Wagner Pinheiro da Cruz, começou lecionar para em escolas estaduais com professor substituto e foi aprovado em concurso público de professor promovido pela Secretaria de Estado da Educação.
Em Ato Decisório da Diretoria de Ensino de Andradina, datado de 02/01/17 e publicado no Diário Oficial do Estado em 04/02/17, no caderno 2 (Ato Decisório 169 /17), considerou legal o acúmulo de cargo de Wagner Pinheiro da Cruz, na EMEF Gildo Pereira e na EE profª Zilda Prado Paulovich, ambas de Nova Independência, como professor de Educação Básica II, SQC- II, na disciplina de Matemática.
Já em publicação de 11 de janeiro deste ano, no Diário Oficial do Estado, após avaliação pericial, Wagner Pinheiro da Cruz foi considerado apto para ingresso no serviço público como professor do Estado, aprovado em concurso público, mas não se sabe se o mesmo chegou a tomar posse.
No Portal Transparência do Governo do Estado de São Paulo, o professor consta como contratado temporário (LC-109), ativo e lotado na Escola Estadual João Brembatti Calvoso. A reportagem do O Foco encaminhou e-mail para a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Educação, indagando como é feita a análise documental dos candidatos a ingressar nos quadros de servidores temporários de professores da rede estadual, além da análise documentais, pontuação, classificação, como é feito o controle para o ingresso como professor da rede estadual e quais serão as medidas adotadas pela Secretaria da Educação, constatando a falsificação, mas até o fechamento desta matéria não obtivemos respostas.
A reportagem do O Foco recebeu informações de outros supostos “falsos professores” podem estar lecionando em escolas estaduais sem a formação profissional (curso superior) e irá apurar os fatos.
PROCESSO SELETIVO
Wagner Pinheiro da Cruz foi aprovado no Processo Seletivo 01/14, realizado pela Prefeitura de Nova Independência para a disciplina de matemática, com publicação no Diário Oficial em 11 de abril de 2014, estando lecionando na EMEF Gildo Pereira.
Nossa reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal da Educação, onde a secretária Nayara dos Santos Silva disse que não era de conhecimento da municipalidade que o professor citado não possuísse diploma de nível universitário.
“Todos nós fomos pegos de surpresa diante desta situação. Foi aberta sindicância para apurar os fatos, mas temos que deixar claro que o professor nunca levantou nenhum tipo de suspeita, ao contrário, vindo a ocupar cargo no município após já ter lecionado por anos em escolas estaduais e sempre foi excelente profissional, muito bem quisto pelos alunos e pelos professores. Neste momento pedimos cautela para todos, pois não podemos fazer um pré-julgamento antecipado sem que tenhamos certeza que houve adulteração ou falsificação do diploma, mas assim que apurado os fatos, serão adotadas medidas legais em caso de comprovação de fraude” – comentou a secretária municipal da Educação, Nayara dos Santos Silva.
CRIME
Wagner Pinheiro poderá responder processo por falsidade ideológica (artigo 299 – CP), cuja pena é de reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular. Como a UFMS é pública, o professor poderá responder pela pena máxima. Também não se sabe se a Polícia Federal irá investigar as circunstâncias em que foi falsificado o diploma, já que envolve universidade federal ou se ficará a cargo da Polícia Civil.
Nossa reportagem tentou contato com o professor Wagner Pinheiro da Cruz, mas não obteve êxito