Greve de caminhoneiros chega ao 4º dia e causa reflexos pelo país
- 24 de maio de 2018
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Há filas nos postos, mas combustível já falta e preços variam; hospitais suspendem procedimentos; ônibus têm frota reduzida; comércio tem falta de alimentos; há possibilidade de racionamento de energia em RO e de falta de água no RJ
DF e 25 estados têm protestos. Greve afeta abastecimento de perecíveis nos CEASAs de SP e RJ, afetando também os supermercados e demais empresas ligadas ao ramo de alimentação. Paralisa produção de frigoríficos que não têm como escoar a produção e esvaziar as câmaras frias. Na área rural, produtores de leite estão distribuindo produção à população ou utilizando leite para alimentar animais. Animais transportados como carga também passam fome em bloqueios rodoviários. Centenas de navios estão parados na costa brasileira, impossibilitados de descarregar suas cargas. Enquanto isso, Ministros e associações de caminhoneiros tentam acordo. Este é o resumo do 4º dia de greve dos caminhoneiros que paralisaram suas atividades em protesto pela alta do diesel.
Neste momento, caminhoneiros interditam 402 trechos de rodovias pelo país. Das 27 unidades da federação, apenas 3 não têm bloqueios: Amazonas, Amapá e Acre, segundo informações divulgadas nesta tarde pela Associação Brasileira dos Caminhoneiros.
Em todo o país, motoristas enfrentam fila para abastecer em posto de combustíveis e preços disparam, apesar dos alertas de que valores acima do normal são ilegais. Em Vilhena, Rondônia, taxistas, mototaxistas e motoristas de vans escolares aderiram à greve dos caminhoneiros nesta quinta-feira.
A Azul Linhas Aéreas informou que alguns de seus voos foram cancelados devido à falta de combustível para os aviões.
A Associação Nacional de Hospitais Privados divulgou uma carta pedindo que os grevistas não bloqueiem carregamentos “de gases medicinais (como oxigênio, por exemplo), medicamentos e outros insumos essenciais”.
E se engana quem acredita que a crise está limitada ao Brasil. Sob o tema “Crise dos combustíveis no Brasil”, o jornal global El País, está acompanhando a crise em tempo real nos quatro cantos do Brasil. O mesmo está sendo feito pelas agências Reuters, BBC, EFE, Associated Press, Bloomberg e até mesmo a Sputinik News (Rússia).
O Senado brasileiro foi convocado a reunir-se nesta sexta-feira (25), em Brasília. A expectativa é que os parlamentares votem um projeto de lei que reduz a desoneração da folha de pagamento para 28 setores da economia, suspendendo a greve no mesmo dia. Ainda hoje, o presidente da Casa, Eunício Oliveira, convidou os líderes do movimento para tratar o tema. Mas os grevistas estão indecisos quanto ao término da paralisação. Também hoje, o presidente da Abcam – principal associação de caminhoneiros do país, rejeitou a ideia de encerrar a greve.
NA REGIÃO – Citando o empresário Joaquim Romero Barbosa, proprietário de três supermercados na cidade, a jornalista Ana Cristina Santos informou na tarde desta quinta-feira que frutas e legumes comercializados em Três Lagoas e que têm origem em São Paulo, já estão em falta. Barbosa disse ainda que além da greve, o período de frio eleva o consumo de legumes, o que contribui para a redução do estoque e na elevação do preço.
O Grupo RCN de Comunicação, que edita o JPNEWS, também informou que o preço da gasolina chegou a quase R$ 6 em menos de 24 horas em Três Lagoas e que o comércio fecharia mais cedo em apoio ao movimento contra alta da carga tributária. Ainda no final desta quinta-feira, a Secretaria de Saúde de Três Lagoas divulgou nota informando que limitaria o transporte de pacientes apenas aos casos de urgência e emergência. A medida afeta, por exemplo, pacientes que vão de ônibus para Campo Grande e Barretos.
Em Castilho e Andradina, veículos, motos e caminhões fazem filas nos postos para prevenir-se contra uma possível falta de combustíveis. Felizmente, até o fechamento desta edição, não foram registrados aumentos nos preços por causa da crise. Porém, Mas em grande parte dos supermercados, o leite está em falta desde ontem (23).
O MOTIVO DA GREVE – Caminhoneiros de todo o Brasil cruzam os braços pelo quarto dia em protesto contra a alta no preço dos combustíveis — em especial o diesel, que subiu 50% desde julho de 2017. A greve dos caminhoneiros, que acontece desde a última segunda-feira, 21 de maio, causa bloqueios em rodovias de 24 Estados e no Distrito Federal. Na quarta, a Petrobras anunciou o corte de 10% no preço do diesel nas refinarias por 15 dias e a Câmara aprovou projeto de lei que elimina a cobrança de PIS-Cofins sobre o diesel até o fim do ano. Mesmo assim, os motoristas de caminhões decidiram manter a paralisação.
A última vez que caminhoneiros conseguiram tamanha adesão foi em 1999, durante o Governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Naquele ano, 700.000 caminhoneiros protestaram pelas estradas por quase uma semana também por conta do reajuste do preço do óleo diesel. O movimento só acabou depois que FHC decidiu colocar as Forças Armadas para desbloquear as estradas.