Comissão de Doação de Órgãos da Santa Casa de Andradina realiza primeira captação de córnea
- 28 de novembro de 2019
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A nova Comissão Intra-Hospitalar de doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), composta pelas enfermeiras Gabriela Pimentel Jorge Mainardi, Isabel de Fátima Souza Santana, Viviane Santos, pelo médico nefrologista Carlos Eduardo Rocha e a psicóloga, Angélica C. Tozzi Deak, que passaram por recente treinamento no Hospital de Base de São José do Rio Preto para realizar a enucleação (retirada do globo ocular para doação de córnea), realizou na quinta-feira passada (21), a primeira captação de córnea.
A doação só foi possível, através da autorização da família de B.C.S., de 70 anos, que veio a óbito após uma parada cardíaca. O órgão foi encaminhado para São José do Rio Preto e destinado ao primeiro receptor da fila única de espera, que é feito de maneira automatizada, com os 27 centros de notificações integrados.
Assim, os dados do doador são informatizados e cruzados com as pessoas que aguardam na fila do transplante, sendo separados por urgência e tempo de espera. Os receptores podem ser encontrados em qualquer parte do Brasil.
O processo inteiro de doação de órgãos no país é feito respeitando o tempo limite para a retirada e a preservação dos órgãos, que varia de acordo com o órgão a ser doado. No caso de córnea, este tempo é de até 6 horas, prazo cumprido pela equipe da Santa Casa de Andradina.
A enfermeira Gabriela Pimentel Jorge Mainardi, que realizou o primeiro processo dessa comissão, relata que tudo ocorreu de forma tranquila e ágil, fato devido ao treinamento que a equipe realizou e hoje estão aptos a desenvolverem, respeitando o paciente e principalmente o momento delicado da família enlutada.
“É muito gratificante saber que seu trabalho pode beneficiar outras vidas. Isso nos faz querer sempre aprender e se qualificar mais”, afirmou Gabriela.
Já para a psicóloga Angélica Tozzi, que é responsável por abordar a família e garantir que a autorização seja feita de forma consciente, o respeito e a compaixão, sempre tem que prevalecer:
“Por mais que tenhamos que controlar o tempo entre a retirada e o transporte do órgão, é essencial que a família se sinta confortável com a decisão”.
O QUE DIZ A LEI – No Brasil, a legislação estipula que a decisão entre doar ou não é exclusivamente da família. E, em meio ao sofrimento da perda de um ente querido, nem sempre pode ser simples tomar esta decisão, principalmente se quem partiu não deixou nenhuma recomendação neste sentido.
Embora o número de doações de órgãos no país esteja aumentando, um dos principais obstáculos para o aumento da prática ainda é a recusa familiar, já que em média, 47% das famílias não aceitam doar os órgãos dos seus parentes.
De acordo com os dados divulgados em 2018 pela associação brasileira de transplantes de órgãos (ABTO), naquele ano, o nosso país contava com 32.716 pacientes na lista de espera para receber: rim, fígado, coração, pulmão e córnea.
A doação de órgãos, mais do que um ato de amor, é uma ação de generosidade e de querer, de alguma forma, continuar contribuindo com as pessoas mesmo após a morte. Por isso, decidir-se sobre ser ou não doador e informar seus familiares ainda em vida é algo de extrema importância.
INCENTIVO – A Diretoria da Organização Social de Saúde Irmandade Santa Casa de Andradina, em nome do superintendente Sebastião Sérgio da Silva, enaltece e agradece a decisão da família.
“Que sirva de exemplo para as demais famílias ainda em dúvida sobre o processo de doação. Hoje é com um desconhecido, mas amanhã pode ser com algum amigo, parente próximo ou até mesmo você! Doar órgãos é doar vida! Converse com sua família!”, incentiva Sebastião, informando que o telefone para os familiares que desejarem obter maiores esclarecimentos sobre o processo de doação: (18) 3702-1100 – ramal 1183/1134.