Vivemos um dos momentos mais críticos da humanidade e a principal pauta é a saúde. Com a pandemia do coronavírus, chegamos a um diagnóstico de difícil digestão: não só a nossa saúde, mas o mundo está doente.
Talvez o modelo de expansão ilimitada, competição excludente e exploração da natureza sem reposição, como propôs o físico austríaco Fritjof Capra na década de 1990, já previsse esse cenário atual, que só pode ser remediado com uma visão mais abrangente e sistêmica da vida e que respeite os conceitos de saudabilidade e sustentabilidade.
Ciente dessa necessidade de mudança de paradigmas, fui pioneiro no Brasil na prática, na vivência e na prescrição da Medicina do Estilo de Vida. Apoiado nesse movimento, costumo dizer que a prevenção é a melhor forma de tratamento. Não acha que seria muito mais inteligente agir antes de adoecer, quando temos mais recursos à mão?
Interiorizar e difundir essa visão tem o poder de revolucionar vidas e os sistemas de saúde (públicos e privados) em todo o mundo. Esse novo campo em ascensão tem como principais objetivos evitar e até mesmo reverter doenças, otimizar respostas às terapias e reduzir os custos do setor. A ideia é propiciar melhor qualidade de vida — e maior quantidade, muitas vezes — com mudanças de comportamento sem contraindicações.
O que isso contempla? Falamos em ter uma dieta equilibrada com mais vegetais (o brasileiro ainda come pouca fruta, verdura…) e alimentos ricos em densidade de nutrientes, ou seja, o oposto dos produtos processados e ultraprocessados que oferecem muita caloria e pouco valor nutricional.
Falamos também de movimento e exercício diários, como 150 minutos semanais de atividades aeróbicas (caminhada, corrida…) e dois dias de exercícios resistidos, caso da musculação. Nosso plano de ação ainda inclui gestão do estresse e adequação do sono e do nosso relógio biológico, assim como parar de fumar e reduzir a ingestão de álcool.
Vai além: estimulamos a promoção de relacionamentos mais saudáveis e felizes como um dos pilares fundamentais do estilo de vida. Precisamos olhar a saúde em 360 graus: seus aspectos físico, mental, emocional e espiritual.
Sabemos há anos da conexão direta entre as doenças crônicas (problemas do coração, diabetes, câncer etc) e maus hábitos adotados pela população. Também sabemos que a maior parte das despesas do sistema de saúde está voltada para o manejo dessas doenças. A boa notícia é que perto de 80% dos males crônicos são tratáveis e muitas vezes reversíveis com mudanças no estilo de vida.
FONTE: Dr. Fábio dos Santos, especialista em medicina do estilo de vida*
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