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- 27 de março de 2018
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Custo do cartão de débito vai cair para lojistas e, espera-se, para o consumidor
Limitação de uma tarifa no sistema de custo interno dessas transações deve baixar a remuneração de bancos em 40% e o custo dos lojistas, em 20%
Se você, consumidor, costuma utilizar os cartões de débito para efetuar compras no comércio, saiba que a partir de outubro deste ano os custos deste serviço poderão ficar menores para você. O motivo é que a partir de 1.º de outubro, a remuneração das operações com cartão de débito será limitada.
Esta informação foi divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira (26). A intenção é que essa redução no custo do uso do dispositivo, seja repassada a lojistas e também aos consumidores.
COMO É ATUALMENTE: Os lojistas pagam um percentual de cada venda às instituições financeiras que ficam com uma parte e repassam outra parte para as credenciadoras. “Bancos e cooperativas vão ter uma redução na sua remuneração. A garantia de que vai chegar na ponta do consumidor é que o mercado é bem competitivo. Vai ser repassado em função dessa competição”, explicou o diretor de política monetária do Banco Central, Reinaldo Le Grazie.
O QUE SE ESPERA COM A NOVA REGRA: Essas mudanças devem reduzir em 40% a remuneração de bancos e cooperativas que emitem os cartões, segundo informações do jornal Valor Econômico. Para o lojista, a redução no que é repassado por eles pode ser de 20%.
A dúvida, no entanto, está no benefício real que esta medida trará para o bolso do consumidor, já que, apesar do otimismo de Le Grazie, não se sabe ao certo. “Isso dependerá da vontade dos envolvidos anteriores em repassar as reduções deste custo interno das transações com cartão de débito ao comprador final da mercadoria ou serviço”, destaca reportagem do jornal Gazeta do Povo.
A novidade veio em meio à publicação de três circulares e a abertura de consultas públicas voltadas para mudanças no setor de meios de pagamento.
HISTÓRICO: Na prática, a taxa a ser limitada é a tarifa de intercâmbio paga pelo credenciador (empresas que disponibilizam as máquinas de pagamento, como Cielo e Rede) ao emissor do cartão de débito (bancos e cooperativas). Essa tarifa será fixada em 0,5% do valor da transação, em média, podendo chegar, no máximo, a 0,8%. Antes não havia limite para essa taxa.
Segundo o BC, a taxa de intercâmbio dos cartões de débito é de 0,82%, na média. Com a limitação dessa taxa, espera-se que haja redução na taxa de desconto, que inclui todos os valores cobrados pelo uso do cartão de débito por bandeiras, credenciadoras e instituições financeiras.
Nos últimos oito anos, a taxa de intercâmbio dos cartões de débito aumentou de 0,79% da transação para 0,82%, enquanto a taxa de desconto caiu de 1,60% da transação para 1,45%. “O que subiu foi o intercâmbio tanto do débito quanto do crédito. E é nela que estamos mexendo”, explicou o diretor.
A expectativa do BC é de que essa redução seja repassada pelas empresas credenciadoras no valor que é cobrado dos comerciantes e que, depois, os lojistas também cobrem menos dos consumidores.
CRÉDITO: Le Grazie admitiu que o mercado de cartões de crédito é mais complexo que o de cartões de débito, por isso, a tarifa de intercâmbio nos cartões de crédito não foi limitada neste momento.
[Com informações da Gazeta do Povo]